5.1- Serra da Cabreira
Diz a lenda que a Serra da Cabreira tem este nome devido a uma bela jovem cabreira que ali guardava o seu
rebanho. Sendo assim, o povo quis conservar para sempre, com toda a razão, o
amor infeliz da jovem pastora. Por essa razão, deu à serra onde ela vivera a
sua grande paixão, o nome de Serra da Cabreira e, visto que ela gostaria de ser
ave e voar, passou a chamar-se ao rio de Vila do Conde, o Rio Ave.
Pode ser a pé, de btt, de carro, a Serra da Cabreira é passagem
indispensável para os turistas que visitam Vieira do Minho e, também para quem
deseja desfrutar de uma magnífica paisagem serrana.
A Serra da Cabreira prolonga-se pelos concelhos de Vieira do Minho
e Cabeceiras de Basto. O seu alto, o Talefe, com 1262 metros de altura, presenteia os seus
visitantes com uma paisagem verdadeiramente magnifica sobre as aldeias de
Vieira do Minho, albufeiras e a Serra do Gerês.
A região da Serra da Cabreira encontra-se
numa zona que, do ponto de vista biogeográfico, que se classifica como de
tradição entre a flora da região ibero atlântica.
A Serra da Cabreira tem ainda um relevante núcleo arqueológico,
como abrigos pré-históricos, sepulcros megalíticos, mamoas, gravuras rupestres
que retratam a antiga ocupação humana neste concelho. Aqui existem os fojos do
Lobo, que são armadilhas de caça através das quais os lobos e a caça grossa
eram apanhados, e ainda as cabanas que abrigavam os pastores quando estes iam
para a serra guardar o seu gado.
5.2- Aldeias Serranas
Em plena Serra da Cabreira, as aldeias
de Agra, Campos, Espindo, Lamalonga, Louredo e Zebral atraem qualquer um que as
visita, despertando-lhe assim a vontade de regressarem. São cenários
fantásticos para quem gosta de passar bons momentos na natureza. Passear pelas pequenas ruas dessas
aldeias e encontrar em cada canto a naturalidade e o jeito amável dos
habitantes, o granito das casas e dos muros que rodeiam as propriedades e
campos, as casas de lavradores, as eiras, os espigueiros, as alminhas, os
cruzeiros, os moinhos, e ainda os usos e costumes do Minho.
5.3- Casa Museu Adelino Ângelo Casa de Lamas
O Centro Cultural está situado num
antigo solar, a Casa de Lamas. É
um espaço de actividades culturais, nomeadamente exposições temáticas,
direccionadas para apresentar e experimentar exercícios artísticos de
criadores, num cruzamento de diversas técnicas e suportes, de diferentes
discursos artísticos e vários temas que recairão as mais variadas preocupações
e problemáticas, presentes no “território” artístico actual.
5.4- Lagar do Azeite de Vilarchão
O lagar do azeite de Vilarchão tem
mais de 300 anos, e foi há
muito pouco tempo restaurado mantendo todo o seu material original, permitindo
ainda a produção de azeite através do método tradicional, em que a água é força
motora. Era um lagar comunitário, ou seja, qualquer pessoa que tivesse azeitona
poderia trazê-la a este lagar e transformá-la em azeite.
5.5– Conjunto Hidráulico de Rossas
Em tempos passados, na freguesia de
Rossas, existia um conjunto semi-industrial que era formado por uma serra
hidráulica, moinho, engenho de linho e lagar de azeite. Estes conjuntos eram
exclusivos no concelho, fazendo assim com que as pessoas da aldeia pudessem
transformar as suas matérias-primas (madeira, azeitona, milho e centeio e assim
fazerem o tratamento da lã).
Aqui encontramos um óptimo exemplo das
antigas e tradicionais estruturas pré-industriais, estas recorriam às forças das águas
como energia.
5.6 – Ponte da Misarela
Na freguesia de Ruivães, existe a
Ponte da Misarela, que quebra o vigor da natureza existente em seu redor, esta
ponte tem cerca de 15 metros sobre o leito do Rio Rabagão. Este monumento está
ligado às várias crenças e lendas, uma das quais atribui a construção da ponte
a um pacto entre um foragido e o diabo, o que lhe valeu o epíteto de “Ponte do
Diabo”. A construção desta ponte remete
à Idade Media e está classificada como Imóvel de Interesses Públicos.
5.7- Fornos Comunitários
Localizados nas aldeias de Campos e
Lamalonga, os fornos do povo mostram-nos um passado muito marcado pelo
comunitarismo. São edifícios de granito, cumeados por grandes lajes. Ali o povo
cozia o seu pão, organizando-se na partilha do espaço e no fornecimento de
lenha para o aquecer. Serviam também para refúgio de quem por ali passava,
viajante ou pobre pedinte. Em muito bom estado de conservação estes são, ainda
hoje, utilizados pela população para cozerem o pão.
5.8 – Capelas
No nosso concelho existem diversas
capelas destacando-se as seguintes:
·
A capela de Nossa Senhora
da Lapa que se situa
no monte do Penamourinho, freguesia de Soutelo, construída em 1694 a mando de João Gonçalves e sua esposa
Margarida da Silva. Este santuário destaca-se pela sua originalidade,
uma vez que foi edificado no interior de um penedo.
·
Capela de Nossa Senhora da Fé Situada na freguesia de Cantelães foi
construída em 1759 após o aparecimento da imagem do monte de Santa Cecília.
·
Capela de Nossa Senhora da Orada situa-se no sopé da Serra da
Cabreira, na freguesia de Pinheiro, o que lhe oferece uma envolvente natural de grande beleza.
·
Capela
de Nossa Senhora da Begonha em São João da Cova é a única capela
dedicada a Nossa Senhora de Begonha existente em Portugal. Contém, no seu
interior, imagem de Nossa Senhora da Begonha vinda do Santuário de Biscaia de
Bilbao, há mais de 200 anos, trazida por Domingos Martins Gonçalves, benemérito
a quem se deve a construção da capela.
5.9 - Castro de Vieira do Minho
Os estudos e as escavações, realizados pela unidade de
arquitectura da Universidade do Minho no Castro de Vieira do Minho, atestam que
este foi um local habitado pelo homem desde a Idade do ferro e que terá sido
depois romanizado. Os mesmos realçam ainda, que neste local, também se construiu,
nos primeiros séculos da Idade Média, o castelo sede do Território Velariae (Terra de Vieira). O povoamento fortificado
ocupa uma área aproximada de 15 hectares, apresentando um sistema defensivo
composto por 3 linhas de muralhas concêntricas, defendendo amplas plataformas
artificiais, por onde se distribuem vestígios de construções de plantas
circulares e rectangulares. Aqui foram encontrados vários utensílios dessas
épocas, como pedaços de peças de cerâmicas e a parte superior de uma ara
romana. O Castelo localiza-se na vertente sul da Serra da Cabreira a 563m de
altitude.
5.10 – Via XVII
O actual território de Vieira do Minho
integrava o Conventus Bracarensis, sendo atravessado pela via militar romana
que ligava Bracara Augusta (Braga) a Asturica Augusta (Astorga), por Aque
Flaviae (Chaves). A Via XVII implanta-se na vertente setentrional da Serra da
Cabreira, virada ao Rio Cavado, entrando em Vieira do Minho junto à Capela de
São Gonçalo, no lugar do Pousadouro da freguesia de Tabuaças, e saindo pela
Ponte do Arco, que hoje em dia está submersa pelas águas da barragem da Venta
Nova.
5.11 - Pelourinhos
Os pelourinhos são colunas de pedra
colocadas em lugar público da cidade ou vila onde eram torturados e expostos os
“Criminosos” para vergonha pública. No concelho de Vieira do Minho existem
quatro, o Pelourinho de Ruivães, Rossas, Caniçada e Parada de Bouro. Neste
momento apenas três se encontram em bom estado de conservação sendo eles o de
Ruivães, Rossas e Parada de Bouro. O pelourinho de Caniçada encontra-se
danificado sem a pedra remate, tendo apenas a base e o fuste.
5.12 – Fragas da Pena-Má
As Fragas da Pena-Má têm cerca de 80 metros de altura e situam-se
na Freguesia de Salamonde, num curto desfiladeiro aberto do pequeno regato que
se dá o nome de Rio – Mau. Em volta da cascata e da sua envolvente pitoresca
está associada uma lenda, através da qual as pessoas da aldeia e de
aldeias vizinhas procuravam este local para curar os males das crianças.
5.13 – Albufeiras
As albufeiras da Caniçada, Ermal,
Salamonde e Venda Nova rompem as paisagens estendendo o seu manto azul por
entre o verde da vegetação. As suas águas límpidas permitem aos amantes dos
desportos náuticos que pratiquem diversas actividades. Se não se quiser
praticar os desportos pode se usufruir das mesmas paisagens fazendo um
piquenique, passeando nas margens dessas albufeiras, são outros prazeres que
pode dar esta Natureza.
5.14 – Rio Ave
A nascente do Rio Ave situa-se na
Serra da Cabreira, oferecendo a quem por ali passa umas magníficas cascatas e
lagoas naturais, convidando os forasteiros a darem um mergulho. Este rio tem
uma extensão de 94 km, banhando os concelhos de Póvoa de Lanhoso, Guimarães,
Vila Nova de Famalicão, Santo Tirso e Trofa vai desaguar no Oceano Atlântico em
Vila do Conde. Quem quiser subir
o Rio Ave desde Lamedo até a aldeia de Agra, poderá desfrutar de uma paisagem
natural de grande beleza, apreciando assim muitos moinhos que são umas das
características arquitectónicas do Minho, a Cascata da Candosa, o Poço Negro,
que segundo a gente da terra não tem fundo.
A lenda que está por detrás do Rio Ave
é uma bela e triste história de amor que envolve uma jovem cabreira e um
cavaleiro:” (…) Chorou tanto, tanto, que o caudal das suas lágrimas se
transformou num Rio e esse Rio foi banhar a terra daquele que a abandonou:
“Vila do Conte”. E o bom povo quis perpetuar, com toda a justiça, o amor
desgostoso da moça pastora. Por isso, deu à Serra onde ela vivera a sua paixão,
o nome de Serra da Cabreira e já que queria ser ave e voar, passou a chamar ao
Rio da Vila do Conde, o Rio Ave…”
Sem comentários:
Enviar um comentário